No passado dia 9 de Agostos, celebrou-se o dia da Mulher na África do Sul, em datas diferentes vai sendo celebrando o seu dia por quase todo o Mundo.
O dia Internacional da Mulher oficializado em 1970 pelas Organização das Nações, tem data marcada 8 a Março, em que é recordada a história da luta das mulheres ao longo dos anos pelos seus direitos, como trabalhadora, sem descriminação salarial entre homem e mulher, muitas vezes a mão de obra feminina é superior ao homem, como ser humano normal, não de 2ª ou 3ª’s categorias.
Nesta data mundialmente devia ser para relembrar alguns dos direitos conquistados ao longo de anos e de luta por tanta coisa que continua a estar só no papel, na mudança de mentalidades, dos dois lados da história, não é só a sociedade machista que tem de trocar de mentalidade, a mulher também tem que tirar ainda algumas “teias de aranha” da cabeça e agir com dignidade na sua luta de MULHER, e saber distinguir a liberdade da libertinagem.
Por outro lado em pleno século XXI, o Mundo ficou a saber que no Sudoeste Asiático, Irão, a Mulher a cada dia que passa cada vez mais é tratada como um sere inferior, às quais não lhes assiste direito algum, tudo em nome da religião e de um regime fundamentalista, foi criado recentemente um decreto-lei designado por “lei do hijab e da castidade”, que possivelmente será aprovado brevemente.
Da revista MAXIMA da autoria de Ângela Mata, passamos excerto do artigo com o título de:
Irão nega cuidados de saúde a mulheres que se recusem usar hijab
O Irão acaba de lançar um novo decreto que estrangula cada vez mais a liberdade das mulheres. Desta vez, aquelas que se recusarem a usar o hijab não terão direito a receber cuidados de saúde.
Na cidade de Lahijan, a norte do Irão, os profissionais de saúde foram informados de que a “prestação de todos os serviços” estará sujeita ao cumprimento das rígidas regras de indumentária do país. “Hospitais e clínicas”, quer sejam privados ou públicos, devem “implementar” as regras nas suas instalações, escreveu Mohammad Taghi Najafzadeh, diretor da rede de saúde e tratamento da cidade, numa carta enviada aos responsáveis das unidades locais.
Como era de esperar, a nova medida foi rapidamente condenada por grupos de direitos humanos, que olham para a diretiva como “horripilante”. “Esta é de longe a mais flagrante violação dos legítimos direitos civis e humanos das mulheres iranianas e contra todas as normas civilizadas”, terá dito Kambiz Noroozi, advogado especializado na defesa dos direitos humanos, ao jornal iraniano Etemad, segundo o The Telegraph.
O que passa a acontecer no país é que, numa qualquer situação de emergência, em que uma mulher que não use o véu islâmico corra risco de vida, ou necessite de quaisquer tipo de cuidados médicos, passa a não ter acesso a eles.
De acordo com esta lei, os profissionais de saúde não devem atendê-la. Segundo consta, diretivas idênticas terão sido enviadas a profissionais de saúde de todo o Irão.
Este ataque à liberdade das mulheres, por meio da legislação, tem vindo a ser incrementado, isto numa altura em que se aproxima o aniversário da morte de Mahsa Amini. A mulher de 22 anos morreu, em setembro passado, sob custódia da polícia depois de ter sido detida por supostamente violar a regra do hijab. Os protestos que se sucederam têm representado um dos maiores desafios à teocracia do Irão desde a revolução islâmica de 1979. Teme-se que agora, no aniversário, as manifestações se intensifiquem.
Um projeto de lei sobre o hijab e a castidade, que introduz uma série de multas severas e possíveis sentenças de prisão para mulheres que se recusam a usar o véu na cabeça em público, está atualmente em tramitação no parlamento Iraniano. A nova lei foi condenada por Mohammad Khatami, o ex-presidente iraniano, que convocou um referendo sobre a questão da indumentária obrigatória.
E é este o mundo em que vivemos, onde a Mulher continua a sofrer atrocidades só por ser Mulher em nome de religiões, de tradições ancestrais, apetece-me dizer da “idade da pedra”.
Idalina Henriques