Albina Maria da Silva Ribeiro, nasceu em Lavra, Matozinhos, Portugal no dia 8 Agosto 1923, a segunda dos cinco filhos do casal Manuel Garcias e Olívia Maria da Silva, naturais da mesma vila.
O pai emigrou para o Brasil onde foi pescador, vinha à terra de vez em quanto, nessas alturas trazia para os pequenos brinquedos muito caros com que os “mimava”, Dona Albina continua a recordar esses tempos.
O pai passados alguns anos volta do Brasil e ficou novamente a família reunida.
Enquanto a mãe tratava da quinta ela e os irmãos ficavam entregues à avó, chegou aos sete (7) anos foi para a escola onde andou até à quarta classe, o que era pouco comum na altura por volta de 1930 uma menina ir aprender a ler a escrever, as raparigas eram para ficar em casa a ajudar a mãe nas lides domesticas e as mais velhas a ajudarem a criarem os irmãos, tirou mais tarde o curso de corte e costura e começou a ganhar a sua vida.
A Albina cresceu tornou-se uma jovem senhora e acalentou sempre o sonho de um dia casar, mas tinha que ser com um rapaz que tivesse um ofício, não queria que vivesse do trabalho agrícola, sempre soube que o trabalho do campo era muito duro, sem horários, feriados ou dias santos, até que um dia conhece o jovem Emídio Alves Ribeiro que tinha uma arte, torneiro mecânico, foi talvez por isso que ela lhe deu a hipótese de lhe chegar à fala.
Lá começa o namoro e acabam por casar, nascem seis filhos, Emídio resolver ir à procura de uma vida melhor e emigra para a África do Sul em 1955, passado um ano Dona Albina vem juntar-se ao marido em 1956 com os seus rebentos, Nanda, Emídio, Linda, Manuel, Nando e Bina, vão residir para o Sul de Johannesburg.
O tempo vai passando os filhos vão crescendo outros vão nascendo a família aumenta e Dona Albina acaba por ser mãe de dez (10) filhos, dois dos quais não sobreviveram.
Dedicou toda a sua vida à família e à costura, nome bem conhecido no Sul, o marido, Emídio, para além da profissão também dedicava o tempo à sua horta onde se criava os vegetais, os coelhos, galinhas, algumas árvores de fruta. Como bons portugueses que eram, não faltava a matança do porco para fazer os enchidos e o presunto, era uma casa tipicamente portuguesa de uma família trabalhadora.
Hoje, Dona Albina Ribeiro, continua a viver no Sul de Johannesburg, a ser uma senhora muito estimada pela comunidade que bem a conhece, pessoa assídua no Grupo Coração de Maria, do Núcleo de Arte e Cultura.
No passado dia 8 de Agosto, dia do seu aniversário foi homenageada com uma festa de celebração do seu centenário organizada e patrocinada pelo NAC, Coração de Maria e Mafiosos, antes do almoço teve lugar a Missa realizada pelo Padre Eduardo Gabriel da Igreja de St. Patrick em La Rochelle.
Este encontro contou com a presença do Presidente e Vice-Presidente do NAC, Jorge Araújo, Quim Coimbra, Candy, responsável pelo Grupo, elementos do Grupo, de três dos seus filho e alguns dos seus familiares, nem todos poderão estar presentes por motivos profissionais.
A festa da família teve lugar no dia 12 Agosto com a presença de todos os membros da família, oito (8) filhos, vinte (20) netos, trinta e quatro (34) bisnetos e dois (2) trisnetos.
Foi no meio de muito amor e carinho que a nossa centenária festejou o seu aniversário, onde teve a oportunidade de falar com o seu irmão em Portugal, o que a deixou ainda mais feliz.
De acordo com a informação dada pela sua filha Bina, continua a ser uma pessoa muito activa e extremamente independente, que apesar da idade tem o seu espaço, embora viva junto de uma familiar.
100 anos, uma bonita idade quando se continua no uso das faculdades.
Voz Portuguesa deseja a esta “jovem” centenária, mais alguns anos de vida para que assim possa usufruir do amor e do carinho de todos aqueles que a amam e estimam.
Parabéns Dona Albina Ribeiro!
(Os nossos agradecimento a Bina Hidalgo, que teve a amabilidade de nos transmitir mais alguns dados sobre a sua mãe).
Idalina Henriques